quarta-feira, 6 de abril de 2011

Resenha - Ponto de Mutação / Capitalismo e Meio Ambiente

Após reflexão sobre o filme Ponto de Mutação – Fritjof Capra fica evidente que todas as coisas (fatores bióticos, abióticos e seus condicionantes) estão interligadas, numa grande teia universal. Assim sendo, qualquer alteração num ponto, por menor que seja, será ecoada até que se possa sentir no ponto oposto. Dito isso, faz-se necessário, para entendermos a atual relação do homem com o meio ambiente, entendermos, anteriormente, o que rege e normatiza a vida de cada um de nós.
Vivemos num ecossistema global onde toda a população humana é gerida pelo capitalismo. Pela simples análise etimológica da palavra, evidencia-se que seu objetivo é a acumulação de capital (dinheiro). Para manter esse sistema ativo e soberano, houve que se criar mecanismos culturais impositivos e opressivos, como o consumismo, acarretando, não só a exploração do homem pelo homem, mas a exploração irrestrita de todo e qualquer recurso natural para atender a demanda forjada, tendo como algumas das consequências a expressiva produção de poluentes e a degradação ambiental. Para exemplo, podemos assim esquematizar: para garantir a existência e manutenção do capitalismo, cria-se a ideia que o homem é aquilo que tem. O homem então passa, além de consumir exacerbadamente, acima do necessário para sua sobrevivência, almejar a acumulação de riquezas, buscando incessantemente passar da função de consumidor para produtor, utilizando, para isso de todos os meios disponíveis e resumindo a sua existência a essa luta cotidiana.  O resultado disso é a pobreza (se as riquezas não estivessem acumuladas em poder de poucos poderiam ser distribuídas igualmente entre todos), a destruição do ambiente natural, a produção exponencial de poluentes e lixo (o que foi consumido precisa ser descartado para que se consuma a mesma coisa novamente), dentre outras situações, não menos relevantes.
Sendo assim, constata-se que a relação de utilização abusiva que o homem estabelece com a natureza é ocasionada e incentivada pelo capitalismo e seus artifícios.
Embora estejamos inseridos nessa estrutura caótica e viciosa explicitada até o momento, a revisão de conceitos e crenças faz parte do processo natural de evolução humana, haja vista que, se até a segunda metade do Século XX não se tinha a consciência das influências das atividades humanas sobre o meio ambiente, hoje cada vez mais pessoas estão preocupadas em estudar esses impactos, as formas de mitigação e reavaliando as relações entre ecossistemas naturais e humanidade. Podemos citar também diversas outras descobertas que o homem tem feito ao longo de sua existência, desde a agricultura até a clonagem de seres vivos, como fruto destas transformações intelectuais as quais me refiro.
Portanto, nosso dever, para além de estudar métodos de controle de poluição, é fomentar a reavaliação dos conceitos, criando espaços propícios para a construção de uma nova ordem mundial, onde o homem seja coerente com o meio ambiente e se perceba como parte integrante do mesmo.

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